O futuro dos consoles de games (2): a última geração?
Posted 14/11/2013
on:- In: Games | Tech
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A um dia do lançamento norteamericano do novo console da Sony – o Playstation 4 (já em pré-venda e o qual será lançado por aqui em 29/11), e a oito dias do lançamento do novo console da Microsoft – o Xbox One (também em pré-venda, com lançamento simultâneo no Brasil), o universo dos videogames – desenvolvedores, produtoras, jornalistas e jogadores – encontra-se em seu estágio máximo de excitação, e não sem motivo: serão os consoles mais poderosos, tecnologicamente avançados e socialmente integrados já produzidos.
Adicionando-se ao já lançado Wii U da Nintendo (recém-lançado oficialmente no Brasil) e às futuramente prometidas Steam Machines da Valve, esta 8a geração de consoles promete ser uma das mais impactantes e mais disputadas de todos os tempos, reeditando a velha e boa “guerra dos consoles” que atingiu seu ápice na primeira metade dos 90s com a disputa entre o Megadrive da Sega e o SNES da Nintendo. Porém alguns analistas de mercado arriscam dizer que está poderá ser a última…
Segundo matéria do site VG24/7 o renomado analista de mercado Michael Pachter prevê um futuro sombrio para o Wii U devido ao hardware mais fraco e falta de suporte das third-parties, com projeção de vendas totais de 30 milhões de unidades em se ciclo de vida (para efeito de comparação o antecessor Wii vendeu mais de 100 milhões) e arrisca que o PS4 deverá vender mais do que o Xbox One num total de até 120 e 100 milhões de unidades respectivamente, devido ao preço mais alto do último (no mercado internacional, ao contrário daqui) e à rejeição ao Kinect por boa parte dos jogadores. Mas isso não evita que faça um prognóstico nada animador para o futuro dos consoles:
Não creio que o mercado de consoles cresça mais. A base instalada atingiu seu pico e os consoles podem não ser mais relevantes em dez anos. O mercado foi expandido além dos consumidores hardcore [mas] agora temos dez vezes esse público na internet, e seis vezes esse público nos dispositivos móveis. Acredito que um dia poderemos jogar qualquer jogo, em qualquer lugar, em qualquer aparelho.
O fato da universalização do acesso online e do advento da mobilidade parece não passar desapercebido ao presidente da Sony Wordwide Studios Shuhei Yoshida, o qual numa recente entrevista ao site IGN comentou que:
Quando você olha a situação da Nintendo, a caracterizaria como nosso competidor? Acredito que na escala maior das coisas, no tocante à indústria de tecnologia e à vida das pessoas, como elas jogam e em quais dispositivos elas aprendem a jogar, acredito que ambos [Nintendo e Sony] estamos do mesmo lado. Precisamos que a Nintendo seja bem sucedida na criação de consumidores que gostem de jogar [consoles] com controles, certo?
Yoshida estabelece claramente que a disputa se dá entre jogos casuais e mobilidade de um lado, o que favoreceria empresas como Apple, Google e Samsung dentre outras, e o tradicional modelo console-controle em que Sony, Microsoft, Nintendo e Valve apostam, sem falar do decisivo mercado dos PCs que pode ser considerado mais alinhado às últimas do que às primeiras.
O panorama do futuro dos videogames daqui a meros anos está sendo moldado agora a partir da dura disputa por corações, mentes e especialmente mãos dos jogadores: como você prefere jogar?
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Atualização 15/11/13 – O editor associado do site CVG UK Rob Crossley parece concordar que a campanha de lançamento do PS4 focada no core gamer indica que:
A Sony sabe que um mercado potencial maior já não existe mais. E se isso for verdade, e há razão para acreditar que sim, dessa vez a competição será mais apertada e as consequências de uma falha muito mais impiedosas.
Será por isso que a Microsoft de forma inédita veio a congratular seu oponente através de um recente post no Twitter?:
Enquanto isso, o presidente da Sony Computer Entertainment da America Jack Tretton discorda de qualquer previsão catastrófica a respeito do futuro dos consoles:
Ouço sobre a última geração dos consoles desde que entrei no negócio nos 80s quando se dizia que os computadores pessoais iriam tomar conta, e agora são os smartphones e tablets. Há uma razão de ser dos consoles: sentar num sofá defronte de uma tela grande de TV ao lado de seus amigos.
Você não irá conseguir a profundidade imersiva e a experiência social de jogar em sua sala de estar agrupando-se em torno de um tablet. Há uma limitação do que se pode fazer num dispositivo móvel e este é o mesmo motivo que o leva a assistir um filme no cinema. Quem joga em consoles busca melhores controles, mais tecnologia e uma experiência mais imersiva.
E, com certeza, essa é a mesma opinião deste blog…
1 | Anselmo Diniz
03/01/2014 às 18:00
Excelente reflexão, mas tenho que discordar da opinião do blog…
O futuro dos consoles Sony, Microsoft e Nitendo é sombrio. Quando a Valve chegar com as Steam Machines, onde o usuário poderá acessar a sua conta Steam com toda sua biblioteca de jogos na sala de estar, irá erradicar com os concorrentes. Porque pagar R$ 199,00 por um jogo de console se você pode comprar o mesmo jogo em promoção na Steam por muito menos, jogando ainda com gráficos melhores? Bioshock Infinite e Far Cry 3, blockbusters da 2k e Ubisoft, puderam ser encontrados por R$ 22,00 e R$ 14,00, respectivamente, na promoção de fim de ano 2013 da Steam.
Mas isso é apenas um detalhe. Quando se compra uma licença de jogo na Steam, pode-se ficar com o jogo para sempre, mesmo que troque de hardware. Ao contrário das concorrentes. Exemplo: Se o usuário quiser jogar novamente um jogo de PS3 após ter comprado o PS4, ou ele compra de novo o mesmo jogo para o PS4 ou entulha sua sala mantendo o PS3 também. Caso venda o PS3, o dono do console tem que dar adeus também a todos os jogos digitais comprados, porque eles não terão valor de download no PS4.
O consoles atuais viverão apenas de exclusivos, o que é lamentável para o bolso do gamer que aprecia jogos como Uncharted, Halo e Zelda…
O presidente da Sony esqueceu de mencionar que no PC também obtemos experiências imersivas em games e, principalmente, melhores controles em FPS e RTS, que as Steam Machines prometem levar para a sala de estar. Gordon Freeman vai chegar impiedoso desta vez!
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Jetstor
04/01/2014 às 01:57
Anselmo, vc com certeza não está sozinho, grande parte dos comentaristas que andei lendo nos últimos tempos acompanham sua opinião. Concordo que o resultado do impacto da chegada das Steam Machines será decisivo para o futuro dos consoles. Obrigado pela visita e um abraço!
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