Jetstortopia


O Capitão Marvel original – o garoto Billy Batson que se transforma no Mortal Mais Poderoso da Terra ao gritar a palavra mágica Shazam!foi criado pelo desenhista C. C. Beck (1910-1989) e pelo roteirista Bill Parker (1911-1963) para a Editora Fawcett em 1939, na revista Whiz Comics #2.

Inspirado pelo sucesso estrondoso do Superman – criado um ano antes e que inaugura o gênero dos super-heróis e, com eles, a Era de Ouro dos quadrinhos norte-americanos – o Capitão Marvel logo supera seu rival em vendas, porém apesar da origem distinta baseada em magia e com características mais caricatas e cômicas, não escapa de sofrer um processo de plágio movido pela National Comics Publications (atual DC), detentora dos direitos do Homem de Aço e a maior do mercado editorial dos quadrinhos então.

Apesar de não ter sido derrotada em corte, a Fawcett enfrentou um processo longo e complicado que veio a terminar com um acordo e com seu abandono do mercado de quadrinhos em 1953, devido à decadência dos super-heróis à época e à hostilidade cultural aos quadrinhos em geral na sociedade norte-americana da primeira metade dos anos 50. Nesse meio tempo o personagem vai para um limbo editorial e em 1967, percebendo o desuso da marca, Stan Lee (1922-2018) registra o nome e cria um novo personagem com origens e características completamente distintas, dando origem ao Capitão Marvel (ou Mar-vell) da Editora Marvel.

Ironicamente sua rival DC passa a licenciar os direitos do Capitão Marvel original pouco tempo depois em 1972, mas impossibilitada legalmente de ostentar seu nome na capa – apenas nas páginas internas da revista – opta por lançá-lo em 1973 com o título de Shazam! e com a equipe criativa que reunia o mesmo desenhista original e o talento dos roteiristas Denny O’Neil (1939-2020), E. Nelson Bridwell (1931-1987) e Elliot S. Maggin (1950), com o auxílio luxuoso dos veteranos desenhistas Kurt Schaffenberger (1020-2002) e Bob Oksner (1916-2007).

Ainda que acompanhando o sucesso da série de TV Shazam! lançada na mesma época em 1974 e que durou 3 temporadas, a nova encarnação do personagem nos quadrinhos teve repercussão apenas moderada e o título viria a ser cancelado 35 números depoisShazam! ainda seria publicado como material secundário até 1982 na revista World’s Finest Comics, com E. Nelson Bridwell nos roteiros e desenhos modernizados por Don Newton (1934-1984), acompanhando uma curta temporada de uma animação com o personagem e seu universo pela Filmation com 12 episódios, em 1981.

Esse material de Shazam! dos anos 70 foi publicado pela Editora Brasil América Ltda (Ebal) no Brasil também a partir de 1973, inicialmente em formato americano e, após 17 números, em formatinho por 23 exemplares – e é ele que vamos examinar no vídeo a seguir, bem como sua compilação em capa dura pela DC e algumas outras reinterpretações do personagem até os dias de hoje.


O personagem Homem de Ferro da Marvel completa 60 anos em 2023, tendo sido publicado pela primeira vez em Tales of Suspense #39 de março de 1963 mas na verdade lançado nas bancas norte-americanas três meses antes da data de capacriação de Stan Lee (1922-2018) e Larry Lieber (1931) nos roteiros, e Don Heck (1929-1995) e Jack Kirby (1917-1994) nos desenhos. No Brasil foi pela primeira vez publicado pela Editora Brasil América Ltda (EBAL) em agosto de 1967 em Capitão Z 3a série #1 junto ao Capitão América – antes disso teve um número zero distribuído gratuitamente em postos Shell como parte de um evento promocional – tendo sido depois sucessivamente publicado pela Editora GEA em 1972, Bloch em 1975, Abril em 1979 e Panini a partir deste século.

Desde sua criação o personagem passou por boas e não tão boas fases – as melhores já tendo sido destacadas anteriormente aqui no blog – porém tem sido publicado de maneira praticamente ininterrupta durante todos esses anos, e apesar de ter sido em sua maior parte um personagem de segunda linha em comparação com os carros-chefe da Marvel – tais como Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, X-Men e Hulkfez parte integral e importante do universo narrativo da editora, tendo sido integrante de diversas equipes tais como os Vingadores, Vingadores da Costa Oeste, Força Tarefa e Illuminati, sempre como membro fundador de todas elas.

Além disso fez parte da primeira leva de animações da Marvel nos anos 60, os famosos heróis desanimados da Grantay-Lawrence – além de também ter feito parte, junto ao Quarteto Fantástico, da Marvel Action Hour na Fox nos anos 90, com duas temporadas de novas animações. Foi nessa época que teve uma extensa e excelente linha de toys produzida pela Toy Biz, e de lá para cá teve várias outras animações solo ou em grupo – tais Esquadrão de Heróis de 2009; Marvel Anime: Homem de Ferro e Vingadores: os Heróis Mais Poderosos da Terra, ambas de 2010; e Homem de Ferro – A Nova Série Animada, de 2012.

Também teve um par de jogos solo lançados entre nos anos 90 e início de 2000 – Iron Man/X-O Manowar in Heavy Metal de 1996 e The Invincible Iron Man de 1999 – e mais um par deles após sua consagração cinematográfica há 15 anos atrás, Iron Man e Iron Man 2, ambos produzidos pela Sega em 2008 e 2010 respectivamente. Porém antes disso já havia participado de jogos icônicos das gerações 16 e 32 bit – tais como Captain America & The Avengers em 1993, Marvel Super Heroes em 1995 e Marvel Super-Heroes in War of Gems de 1996, dentre outras aparições.

Não se pode negar que a enorme popularização do herói se deu a partir da excelente adaptação cinematográfica de 2008, o qual inaugura o Universo Cinematográfico Marvel em grande estilo – em uma combinação única do melhor intérprete possível para o papel com Robert Downey Jr vivendo o personagem principal, com a melhor direção possível para o projeto nas mãos de Jon Favreau, sem esquecer a produção impecável de Kevin Feige – e o resto é a história que o todo mundo conhece, atravessando mais nove filmes até seu final trágico em Vingadores Ultimato.

A partir daí o status do personagem passa a se equiparar não só às mais populares franquias da Casa das Idéias como Homem-Aranha e X-Men, como chega até mesmo a rivalizar com ícones absolutos do universo dos super-heróis como um todo, tais como Superman e Batman. Seu arco de redenção, narrado à perfeição nos cinemas – do egocentrismo narcísico dos primeiros filmes ao altruísmo sacrificial no último – torna-se desde então uma das mais perfeitas narrativas da jornada do herói nos tempos modernos. Nada mal para um super-herói criado nos anos 60 de forma um tanto despretenciosa por Stan Lee, mais como um desafio para sua capacidade narrativa – o de tornar interessante e popular um personagem tão pouco relacionável e aparentemente nada heróico, tal como um industrial bilionário e playboy.

O Homem de Ferro transformou-se muito cedo em meu super-herói favorito, aquele que me impactou definitivamente quando tinha 5 anos de idade quando vi pela primeira vez o desenho animado em uma projeção em cores deslumbrantes e tela grande em um estande promocional do 7o Salão da Criança em São Paulo, no longínquo ano de 1967 – o qual desde então venho acompanhando nas suas diversas encarnações por diferentes meios e mídias, parte das quais deixo registrado no vídeo acima como motivo de comemoração por essas seis décadas de tanto encantamento e pura diversão!


Em maio do ano passado repercutimos aqui no blog matéria do Dreamcast Junkyard que reportava o desenvolvimento do VM2 – um novo memory card (VMU) para Dreamcast com mais capacidade e novas funcionalidades. Agora o perfil Sega Ultimate no Facebook revelou recentemente que o VM2 atingiu a meta no Indiegogo e já está disponível para compra pelo publico em geral:

O projeto VM2 visa a reprodução total e atualização do VMU original para nosso amado Dreamcast. O VMU era um dos maiores trunfos do console, mas com muitas falhas de projeto. Agora, com o VM2, todas essas falhas são eliminadas, dando ao usuário uma experiência que realmente parece próxima geração! Internamente, o VM2 recebeu um design totalmente novo com eletrônica moderna. Externamente, ele é atualizado e ao mesmo tempo mantém a aparência original, como uma homenagem ao VMU original. VM2 agora está em “InDemand” para quem perdeu o lançamento inicial da campanha -basta selecionar e reivindicar o privilégio VM2 que atende às suas necessidades.

O preço unitário do VM2 é de 115 euros – aproximadamente 650 reais ao câmbio atual, valor sem considerar impostos e custo de envio – sendo oferecido descontos nas compra de pacotes com 2, 3 ou 4 unidades, com entrega estimada para julho de 2023.

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Um video recente no canal Onaretrotip elencou 10 novos jogos em variados estágios de desenvolvimento para o Megadrive, alguns dos quais poderão ter seu lançamento ainda este ano de 2023 – mostrando a força do cenário retrogamer e em especial do querido console 16 bit da Sega, passados quase 25 anos após seu lançamento.

Cinco deles já possuem demos jogáveis, podendo ser melhor apreciados com relação ao seu design, jogabilidade e à evolução de seu desenvolvimento – e cujas primeiras impressões estão disponíveis no vídeo acima, especialmente criado para esta matéria.

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Phantom Gear (=> Demo)

Jogo de ação e aventura estilo plataforma disponível em pré-venda no Kickstarter e produzido pela Mega Cat Studios.

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Astebros (=> Demo)

Jogo estilo roguelite de exploração de dungeons produzido pelo Neofid Studios e pré-venda no Kickstarter.

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Affinity Sorrow (=> Demo)

RPG com estilo clássico baseado em turnos desenvolvido pelo estúdio Second Dimension e em campanha no Kickstarter.

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Black Jewel Reborn (=> Demo)

Hack’n’slash de scroll lateral no melhor estilo espada&magia desenvolvido por PSCD Games e com campanha no Kickstarter.

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Irena: Genesis Metal Fury (=> Demo)

Shooter horizontal desenvolvido pelo White Ninja Studios e com campanha bem sucedida no Kickstarter.

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Outros cinco promissores jogos para Megadrive em desenvolvimento – porém que não tiveram demos disponibilizadas ainda – são:


A criação de um Sega Saturn portátil a partir do console original sempre foi considerada por muitos um mod de alto risco e alta dificuldade técnica – sua placa-mãe possui nada menos de que 20 chips, 8 deles sendo processadores – sendo um projeto recusado por modders renomados, como no exemplo abaixo:

Porém matéria surpreendente no Wololo cita que o usuário tzmwx no Bitbuilt tomou para si o desafio de cortar ao meio a placa-mãe do Saturn, ressoldar centenas de traços de circuitos e criar um case customizado para a obtenção do Saturn portátil definitivo:


O venerando Mac OS Classic, sistema operacional da Apple introduzido pela primeira vez junto ao primeiro Macintosh em 1984, apresentou ao grande público a GUI (Graphic User Interface – Interface Gráfica de Usuário) – inspirada pelo Xerox Alto e pelo Apple Lisa, que o antecederam – além de outras grandes inovações como a popularização do uso do mouse e a exibição do tipo WYSIWYG (What You See Is What You Get – O Que Você Vê É o que Você Obtém, em tradução livre), tendo por sua vez servido de inspiração para a criação do Microsoft Windows, em 1985.

Baseado no emulador Basilisk II, o desenvolvedor Mihai Parparita recriou integralmente os sistemas Mac OS 7 (também conhecido como System 7), Mac OS 8 e Mac OS 9 – que equiparam desde os últimos Mac e os Macintosh Quadra do início dos anos 90 até os iMac G3 do início dos anos 2000 – através do Projeto Infinite Mac para uso em navegadores web, com resultados surpreendentes que podem ser apreciados no vídeo abaixo:


[Arte por Neal Adams – capa do LP Superman Wonder Woman Batman – Exciting Christmas Stories, 1977]

Desejamos a todos os amigos, colaboradores e frequentadores do blog um Natal repleto de alegria e muita confraternização & votos de um 2023 com muita saúde e pleno de realizações!!


Aqui a segunda parte da seleção dos melhores memes (*) relacionados ao universo nerd dos games, quadrinhos & tecnologia, reunidos pelo grupo de amigos do G.D.H.Q. durante o ano de 2022.

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[ (*) Não havendo marca d`água, considerar fonte desconhecida – nos casos em que ocorreram, a tradução e a adaptação foram do blog ]

[ Postagem sem intuito comercial – direitos autorais de símbolos, objetos e personagens são de seus respectivos criadores e/ou donos ]


Sinden Lighgun Parte 1

A Sinden Lightgun pistola de luz para PCs Windows, Linux e Raspberry Pi é um excelente hardware e uma ótima solução para aqueles que querem reviver a diversão dos jogos de tiro em emuladores no PC.

Porém sua configuração pode ser bastante detalhada e trabalhosa antes que se possa usufruir de seus recursos, e pensando nisso elaboramos um tutorial para sua configuração básica no Windows, que pode ser assistida no video abaixo:

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Atualização 10/12/22 – Passo a passo de compra da Sinden Lightgun

[OBS: TUTORIAL COM PROPÓSITO DIDÁTICO E DE ORIENTAÇÃO: O BLOG NÃO POSSUI NENHUMA AFILIAÇÃO COM OS PRODUTORES DA PISTOLA E NENHUM TIPO DE MONETIZAÇÃO – TAMPOUCO RESPONSABILIDADE POR POSSÍVEIS PROBLEMAS NA COMPRA / ENVIO / FUNCIONAMENTO DO PRODUTO]

A compra da Sinden Lightgun se dá exclusivamente através da loja online da própria empresa que produz a pistola, a qual é sediada na Inglaterra e cobra em libras esterlinasentão todo o processo pode ser um tanto difícil para o consumidor brasileiro, e por isso – e devido a um pedido de inscrito no canal do Youtube preparamos este passo a passo para facilitar um pouco a vida de quem quiser adquirir uma e poder se divertir em emuladores e até mesmo em jogos do Steam.

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PASSO 1 – Acessar a loja online da Sinden Lightgun:

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PASSO 2 – Ir até “Sinden Products” (Produtos Sinden) rolando a página para baixo:

Ou clicar no ícone do Menu Lateral na esquerda superior e clicar em “Products”(Produtos):

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PASSO 3 – Escolher o item desejado – neste exemplo, o modelo mais simples da pistola:

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PASSO 4 – Escolher a cor desejada e em seguida clicar em “More Payments Options” (Mais Formas de Pagamento):

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PASSO 5 – Escolher pagar com Paypal ou GPay, caso prefira e já tenha cadastro em algum desse serviços – nesse caso serão utilizados os dados de envio e de pagamento já cadastrados neles – ou preencher o cadastro abaixo e clicar em seguida no botão “Continue to Shipping“(Seguir para Envio), que será a opção utilizada como exemplo aqui:

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PASSO 6 Na página seguinte os dados de usuário e endereço acima estarão já preenchidos automaticamente, e a única opção de envio ao Brasil já estará escolhida abaixo em “Standart International” (Padrão Internacional} – então só resta clicar no botão “Continue to Payment“(Seguir para Pagamento):

Neste exemplo o custo total estimado até agora é de L$84,99 pela pistola simples + L$20,00 de envio = L$104.99 – apenas para se ter uma ideia do custo em reais, na data atual de conversão (OBS: NÃO COMPUTADOS CUSTOS ALFANDEGÁRIOS E IOF):

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PASSO 7 E FINAL – inserir os dados do cartão de crédito (necessariamente internacional) – ou, novamente é oferecida a opção de pagamento via Paypal – e clicar em “Pay Now” (Pagar Agora) para finalizar a compra:


Em 1967 a Marvel estreava no Brasil através da saudosa Editora Brasil-América Ltda (Ebal), em conjunto com promoções nos postos Shell e cujo carro-chefe eram os famosos “desenhos desanimados” na TV – porém 5 anos depois quase todas as revistas já haviam sido descontinuadas, permanecendo nas bancas apenas as revistas do Homem-Aranha e do Capitão América (este último também por pouco tempo).

Eis que em 1972 surge uma nova editora de vida curta – a GEA, Grupo de Editores Associados, a qual segundo o Guia dos Quadrinhos fora criada por um ex-funcionário da extinta linha editorial de HQs da Revista O Cruzeiro, Ernesto Carneiro – antes que a Editora Bloch assumisse todos os personagens da Marvel em 1975 – passando a publicar em formato americano e cores fiéis às originais as revistas do Namor, Thor, Hulk, Demolidor (aqui com o nome de Defensor Destemido) e do Homem de Ferro.

Infelizmente após pouco tempo, todos esses títulos e outros que a GEA publicou em sua curta existência foram subitamente descontinuados Alexandre Morgado, autor de “Marvel Comics – A Trajetória da Casa das Idéias no Brasil” (Editora Laços, 2017) afirma que:

A GEA teria alguns problemas com a distribuidora Fernando Chinaglia em torno das suas publicações. Situação que faria com que a editora fechasse as portas, logo após as suas publicações chegarem às bancas. (…) Com uma prova da capa de uma revista, os editores iam até a Fernando Chinaglia e voltavam de lá com um cheque referente a 30% do valor total da tiragem. Isso SEM TER A REVISTA IMPRESSA. (…) Algumas editoras, ou os representantes delas, faziam acordos por debaixo dos panos com os funcionários da Chinaglia, entregando apenas metade do combinado. Era um esquema mafioso e lucrativo. Havia editores honestos, mas também muitos desonestos. A GEA ficaria famosa mais pelas fraudes do que pelos gibis publicados.  

Seja como for, foram publicados dois números de Thor e Namor, apenas um de Hulk, e três de Quarteto Fantástico, Defensor Destemido e Homem de Ferroe é deste último personagem os exemplares que examinamos em profundidade e perspectiva do contexto da época no vídeo abaixo:

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